Rei Henrique II e
Diane de Poitiers
Diane de Poitiers
Nem mesmo o tempo foi capaz de apagar
da história da França a lembrança do intenso relacionamento amoroso entre o rei
Henrique II e Diane de Poitiers, tampouco as intrigas da corte francesa, ou o
poder da rainha Catarina de Médicis, com quem Henrique foi casado, conseguiram separar
o casal que permaneceu unido até a morte de Henrique em 1559.
A história de Henrique e Diane teve início
muito antes do caso amoroso entre eles. A bela
jovem de dezenove anos, Diane de Poitiers fazia parte da corte do rei
Francisco I, pai de Henrique, quando este
menino, que se tornaria rei da França, nasceu. Diana que era dezenove
anos mais velha do que Henrique foi sua dama de companhia quando o menino,
então com sete anos, foi entregue juntamente com seu irmão mais velho
Francisco, como parte de uma negociação politica entre seu pai e Carlos V, rei
da Espanha. O laço de amizade e cumplicidade entre ambos teve início nesta
época. O fim do cativeiro dos dois irmãos aconteceu quando o rei Francisco I
pagou uma quantia em ouro ao rei espanhol e aceitou se casar com Eleonora, sua
irmã.
Em 1931, morre Louis de Brezé, esposo
de Diana, e a bela aristocrata, então com trinta e um anos, passou a ser a
mulher mais desejada pelos homens bem nascidos da corte, porém ela estava
decidida a manter o luto não se casando novamente. A figura de Diana de
Poitiers era a de uma mulher que encantava a todos, mas não se envolvia com
nenhum de seus pretendentes.
Henrique II, por razões políticas,
casou-se com Catarina de Médicis que era sobrinha do papa Leão X. Catarina não
era uma jovem bela, mas era culta e tinha especial interesse por ciências como
astronomia e física e sua inteligência encantava a todos na corte, exceto seu
marido que não tinha olhos para outra mulher que não fosse Diana.
Aproximadamente três anos após o casamento com Catarina, Henrique finalmente
consegue tornar-se amante de Diana, a quem amava havia muito tempo. Henrique
tinha então dezenove anos e Diana estava com trinta e oito anos.
Após
a morte do rei Francisco I e de seu irmão mais velho e sucessor do trono,
Henrique se tornou o rei da França, aos vinte e oito anos. Em seu governo,
Catarina não tinha uma participação expressiva, ao contrário de Diana que
sempre ao lado do rei o aconselhava e o acompanhava em todas as decisões. A
influência de da amante era tão forte que o rei passou a usar roupas em preto e
branco, em referência as cores do luto que Diana vestia por ser viúva, e criou
um monograma composto pelas letras “H” e “D” entrelaçadas. Este monograma foi
gravado em diversas partes do castelo, até mesmo na fachada. Outra forma de
homenagear a amada que Henrique encontrou foi encomendar várias esculturas da
deusa da caça Diana, com seus símbolos como o arco e flecha, que fizeram parte
da decoração do castelo. Mas talvez a maior evidência do quanto o casal
Henrique e Diana estava entrosado, tivesse sido a maneira com que os dois
encontraram para que o rei conseguisse cumprir suas obrigações com sua legítima
esposa e garantir um herdeiro ao trono da França: Henrique II iniciava sua
noite nos aposentos de Diana e após alguns momentos dirigia-se ao quarto de
Catarina para cumprir seus deveres num ato quase político. Mas o rei sempre
terminava a noite no quarto de sua estimada amante. Esta medida surtiu o efeito
desejado, pois o casal real da França teve dez filhos.
Henrique II
Diana
além de sua personalidade forte e enigmática, que a tornava uma espécie de femme
fatale da época, também era conhecida e admirada por seus cuidados com a
beleza. A amada do rei jamais descuidava da dieta, dos exercícios físicos e
criava fórmulas de cremes para hidratar e manter a pele sempre jovem. Uma de
suas receitas mais conhecidas era uma curiosa mistura de carne moida de pomba com suco de pepino, manteiga, açúcar
e flor-de-lis e vinho branco. Outro recurso adotado por Diana para manter-se
jovem era uma mistura de água com ouro em pó, a qual ela chamava “Elixir da
Beleza Eterna”.
Esta bela e ousada história de amor só
teve fim com a morte de Henrique em
1559. O rei da França durante um torneio realizado em comemoração ao casamento
de sua filha mais velha foi atingido por uma lança que atravessou a viseira do
elmo que estava usando, perfurou seu olho e atingiu seu cérebro.
Após dez dias agonizando, Henrique II
faleceu, e mesmo tendo chamado por sua amada Diana, não lhe foi permitido que a
visse mais uma vez, pois Catarina começaria a vingança contra sua rival, que culminaria
com a apreensão de todos os presentes que Henrique havia dado para a amante,
incluindo o belo castelo Chenonceau, situado no Vale do Loire. Diana refugiou-se no castelo
D´Adnet, propriedade que havia pertencido ao seu marido e permaneceu no local
até a sua morte que aconteceu em 25 de abril de 1566. A bela amante do rei
Henrique II morreu devido à intoxicação pelo ouro, causada pelo consumo de seu
famoso “Elixir da juventude”. Aos sessenta e um anos, idade em que faleceu,
Diana ainda era uma mulher jovem e bela e que ainda causava despertava a ira da
rainha Catarina, que sofreu com o desprezo do marido por mais de vinte e três
anos. Mesmo séculos depois da morte do rei Henrique II e de sua amada Diana, o
Castelo de Chenonceau, cenário desta bela história de amor, ainda atrai
milhares de turistas da França e de outras partes do mundo.
Castelo de Chenonceau
Referências:
http://www.chenonceau.com/
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